sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O Que Significa o Termo "Dias Abreviados" em Mt 24.22?


Esse breve estudo é uma resposta a uma heresia que ouvi do pastor sendo ensinada na igreja onde ele é pastor presidente e onde congreguei por 1 ano e meio. Foi ensinado que o "Dia abreviado" em Mt 24.22 se refere ao período antes do início da Grande Tribulação, ou seja, que esse "Dia Abreviado" terminará no momento do Arrebatamento da Igreja.

“E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” Mt 24.22

A que tempo que se refere o Senhor neste versículo ao dizer acerca dos dias abreviados? Esses dias abreviados são os dias durante a Grande Tribulação, ou os dias (ou Era) da Graça antes da Tribulação?

Os dias abreviados a que esse versículo se refere diz respeito ao período da Grande Tribulação. Em Mt 24.1,2 vemos os discípulos mostrando a estrutura do Templo ao Senhor, que, aproveitando a oportunidade, profetiza acerca da destruição de Jerusalém que ocorreria no ano 70 D.C. No versículo 3 os discípulos interrogam o Senhor sobre o fim dos tempos. Do versículo 4 até o versículo 13 falam acerca do período que antecede ao arrebatamento da Igreja. O versículo 14 refere-se ao período de sete anos da Tribulação, pois o termo fim neste versículo não se refere ao Arrebatamento, que já terá ocorrido, mas refere-se ao fim dos tempos.

O versículo 15 já está se referindo ao meio da Tribulação (três anos e meio), quando o Anticristo romperá com a aliança feita com os judeus (Dn 9.27) dando início ao período da Grande Tribulação, os últimos três anos e meio, que se prorroga pelos versículos 16 até o 31. O versículo 22 refere-se aos últimos três anos e meio, denominado pela Teologia de Grande Tribulação. Os dias abreviados referem-se aos três anos e meio, ou, metade da última semana de Dn 9.27.

Os que aplicam Mt 24.22 para dizer que esses dias abreviados referem-se a Era da Graça, querem ter base para apoiar a suposta doutrina de que não haverá salvação após o Arrebatamento da Igreja. Dizer que não haverá salvação após o Arrebatamento da Igreja é desconhecer por completo diversas passagens que falam a respeito.

Mt 24.22 é uma dessas passagens. Como vimos, refere-se a última semana de Dn 9.27, e esse versículo é bem claro quando diz “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria...” .

Em Ap 6.9-11 vemos que debaixo do Altar estavam as almas dos que foram mortos no período da tribulação e clamavam por vingança: “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram.”

Em Ap 7.9 diz “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos”, e nos versos 13 e 14 está escrito: “E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.”

Ap 15.2 diz: “E vi um como mar de vidro misturado com fogo; e também os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número do seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus.”

Ap 20.4 diz: “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.”

É muito significativo o texto de Joel 2.32 que diz: “E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como disse o Senhor, e entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor chamar.”

Dizer que essas passagens referem-se a nação de Israel, porque são judeus que estão espalhados por toda terra, e, portanto, trata-se de judeu alemão, judeu brasileiro, judeu italiano, etc, é distorcer as Escrituras. Em nenhum lugar das Escrituras Israel é comparado com as outras nações, pois é um povo distinto, separado das outras nações. Nm 23.9 diz que “Porque do cume das penhas o vejo, e dos outeiros o contemplo; eis que este povo habitará só, e entre as nações não será contado”. E no próprio texto de Ap 7.9 vemos o erro de interpretação que fizeram. Neste versículo fala de “...uma multidão, a qual ninguém podia contar...”. O profeta Isaías disse que apenas um remanescente é que será salvo: “Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um remanescente dele se converterá; uma destruição está determinada, transbordando em justiça.” (Is 10.22), e Paulo repete em sua epístola aos romanos: “Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.” (Rm 9.27). Jeremias desenvolveu o mesmo pensamento quando diz: “Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a maldade de Israel, e não será achada; e os pecados de Judá, mas não se acharão; porque perdoarei os remanescentes que eu deixar.” (Jr 50.20). “Multidão que não se pode contar” e “remanescente” são termos diametralmente opostos entre si.

Além da má interpretação de textos bíblicos, esquece-se de que em todas as Eras passadas sempre houve oportunidade para o homem alcançar a salvação, logo, porque não terá naquele período? Os que forem salvos naquele tempo não pertencerão ao grupo dos salvos que constituem a Noiva do Cordeiro, mas serão salvos, por que “lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap 7.14).

A ressurreição dos salvos abrange pelo menos três grupos distintos de ressuscitados (I Co 15.23), que são assim identificados:

1- As Primícias de Primeira Ressurreição. Este grupo é formado por Cristo e os santos que ressuscitaram após Sua morte na cruz (I Co 15.20, 23; Mt 27.53; Cl 1.18). A Festa das Primícias (Lv 23.10.12) tipificava isto, quando um molho (que é coletivo) era movido perante o Senhor. Molho implica em grupo. Esta festa típica previa Jesus ressuscitar com um grupo, o que de fato aconteceu. Desse modo a ressurreição dos fiéis começou, pois Cristo – as primícias da ressurreição – já ressuscitou (At 26.23).

2- A Colheita Geral da Ressurreição. Este grupo é formado pelos santos que vão ressuscitar no momento do arrebatamento da Igreja (I Ts 4.16). São todos os mortos salvos desde Adão.

3- Os Rabiscos da Colheita. (Lv 23.22). Este último grupo é formado por gentios salvos e martirizados durante a Grande Tribulação, os quais ressuscitarão logo antes do Milênio (Ap 6.9-11; 7.9-14; 15.2; 20.4).

Por Douglas Diniz 2009


3 comentários:

  1. Nossa Muito bom esse estudo, seria muito bom se mais pessoas tivessem ouvidos e coração sensíveis para atender ao chamado do Senhor.

    Fique com Deus

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  2. Obrigado, Jéssica. Que o Senhor abençoe a sua vida.

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